sábado, 9 de outubro de 2010

Um soneto

Negra Colina

Meus olhos serão teus, negra colina,
vestiu-te o dorso a lua, pálido zero,
capaz de revelar na noite albina
a paz serena e sã, meu desespero.
A luz traça um contorno e alucina
as árvores de mapa tão austero.
O que era solidão vira rotina,
onde arava o mistério, ora o mero.
A música do vento prende forma,
o abismo da vereda se desvia,
na casinha distante reina a norma...
Quando, negra colina, na noite imensa,
das minhas nuvens prenhes de poesia,
virá a tempestade mais intensa ?

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