Monólogo da Velha
Bem-vindo a nossa casa,
quem nela sempre demora
Vívidalegriaquimora:
no coração ardem brasas.
Bem-vindo a nossa casa,
quem lhe deu tanto carinho,
vento invisível no ninho
do beijaflor bate asasas.
Seja bem-vindo, menino
do viso sempre alegre,
correndo feito uma lebre,
matreiro deusdodestino.
Seja bem-vindo, menino
que semprestevecomigo,
teu peito nu, meu abrigo,
teu desalinho, meu tino.
bulindo no caldeirão,
misturo co'a solidão
minhamargura de vida.
Eternos anos sozinha,
entresonhos e magia,
na deserta companhia
Da eternidade mesquinha.
Menino, vem com teu grito,
abate o velho direito,
transmuda o largonoestreito
desdiz o dito inaudito.
Menino, vem com teu fito,
pois se teu dorso não vejo,
ardonoadorno, harpejo
a tez do teu infinito.
Em 1983/1984 adaptei para teatro, a pedido de Humberto Pedrancini, o conto de Bradbury, O Menino Invisível. Ganhamos um prêmio de montagem da Fundação Cultural de Brasilia e Humberto dirigiu o espetáculo. Eu participei como ator. Na época, escrevi este monólogo em versos, que nunca mostrei ao Humberto e que pensava transformar em canção, o que nunca fiz. Dias atrás, criei esse blog . Como tinha que dar um nome, chamei-o O Menino Invisível. Ai me lembrei desse monólogo que tinha dedicado à minha tia Eloina e ao meu primeiro sobrinho e afilhado, Gregório.
2 comentários:
Seja benvindo, menino. Poesia e amizade em tempo desmedido.
Gostei!...e o poema do frontispício é bem bacana.
Longa vida para O Menino Invisível que acaba de nascer! Que ele cresça saudável, criativo e feliz.
Beijos.
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